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Dieta balanceada

Dieta balanceada

 

Nutrição

Dieta Balanceada
 


    Uma alimentação inadequada comumente resulta em uma variedade de desbalanceamentos nutricionais e acarreta diversas doenças graves com sintomas diversos. Estas doenças decorrentes de má-nutrição surgem por causa de muitos fatores, mas principalmente, pela escolha inapropriada da dieta ou ração. Por exemplo, é muito improvável conseguir alimentar corretamente um cão usando uma dieta exclusivamente vegetariana. Algumas pessoas tendem a admitir que seus animais tenham os mesmos gostos e paladares que si mesmas e então acham que os seus alimentos podem ser fornecidos aos cães sem problemas. No entanto, existe uma variação muito grande de necessidades metabólicas e nutricionais entre humanos e cães, o que faz com que alimentos para pessoas sejam inadequados para cães. Até mesmo entre cães e gatos existe uma grande diferença entre os requerimentos nutricionais.

    Um ponto chave é compreender que tanto a falta, diminuição ou excesso de algum nutriente em uma dieta ou em relação a outros nutrientes, pode levar a problemas sérios de saúde. Por esta razão não se deve acrescentar carne, frango, arroz ou legumes à ração. Ao acrescentar estes alimentos à ração, provocamos a perda do balanceamento proporcional dos nutrientes na dieta. Por exemplo, o excesso de carboidratos pode levar a diarréia e flatulência nos cães. O caso mais conhecido de erro na oferta de carboidratos aos cães é através do leite bovino. Considera-se um erro nutricional oferecer leite para os cães, pois nesta espécie a digestão da lactose é deficiente devido aos baixos níveis da enzima lactase na mucosa intestinal. Deste modo, a lactose sofre fermentação pelas bactérias naturalmente presentes no intestino grosso, levando ao mesmo tempo a uma redução exagerada do pH (acidez) intestinal, o que resulta em diarréias volumosas e flatulência. A quantidade de carboidratos que os cães toleram varia bastante. Por exemplo, cadelas em lactação ou cães de aggility que naturalmente precisam de maiores quantidades de alimento não toleram dietas ricas em carboidratos como a oferecida aos demais cães. Durante a fase de crescimento, a tolerância dos filhotes ao amido é consideravelmente mais baixa que nos adultos, ainda que comam aproximadamente o dobro da quantidade de alimento por kilograma de peso coroporal. Assim, o teor de amido na dieta de filhotes deve ser de um quarto da quantidade recomendada para adultos.

    Outro nutriente que deve ser considerado são as proteínas. Comumente as pessoas julgam a qualidade de uma ração pelo seu teor de proteína. No entanto, uma dieta com alto teor protéico não será necessariamente benéfica ao cão. Cães idosos se beneficiam de teores reduzidos de proteínas de modo a reduzir o risco de problemas renais, enquanto filhotes necessitam de maiores teores sob risco de apresentrem pelagem ruim, lesões de pele, fraqueza e deficiências ósseas. Ao mesmo tempo, excesso de proteínas para um filhote pode levar a uma série de alterações ósteoarticulares do crescimento. Além do mais, quando se fala em proteína nas rações, dois aspectos devem ser enfatizados: quantidade e qualidade das proteínas. Não adianta a quantidade total de proteínas ser adequada, se a proteína empregada for de baixa digestibilidade ou se a quantidade de aminoácidos essenciais estiver reduzida. Daí a importância de se escolherem marcas idôneas e conhecidas de ração. Em caso de dúvida, consulte o veterinário do seu cão, ele saberá indicar boas opções.

    Até a década de 80 era comum a orientação para suplementar cálcio para cães de raças grandes durante a fase de crescimento. Acreditava-se que a suplementação de cálcio acima daquele fornecido na ração tornaria os ossos mais fortes e, portanto, diminuiria o risco de o animal apresentar problemas osteoarticulares. Atualmente sabemos que tanto o excesso de cálcio quanto o de calorias contribui imensamente para o surgimento de problemas osteoarticulares nas raças grandes, tornando a suplementação de cálcio totalmente contra-indicada se o animal recebe uma ração de boa qualidade. O mesmo vale para suplementos de aminoácidos e vitaminas que também são contra-indicados nestas circunstâncias. Suplementos só devem ser fornecidos ao filhote com a prescrição de um médico-veterinário, baseado em evidências clínicas de carência nutricional.

    Os exemplos acima à respeito dos problemas que podem decorrer da oferta inapropriada de carboidratos, proteínas e cálcio, são apenas algumas formas de reconhecer o quanto é importante o balanceamento perfeito destes nutrientes. Vários distúrbios poderiam ser citados como conseqüências de carência ou excesso de outros nutrientes (minerais, vitaminas, ácidos graxos etc.) nas diferentes etapas da vida.

    Isto exemplifica como as necessidades nutricionais variam nas diferentes etapas da vida de um cão e demonstra como é difícil conseguir este ajuste com dietas caseiras, fazendo das rações industrializadas a melhor escolha alimentar.